Copasa entra na mira dos vereadores de Contagem

Presidente da Câmara de Contagem propõe debate sobre a atuação da Cia. na cidade e em todo o Estado.

“Você concorda com os serviços prestados e as taxas cobradas pela Copasa?” Essa pergunta foi trazida aos vereadores de Contagem pelo presidente da Câmara Municipal de Itajubá, Joel da Guadalupe (PSDB). Em visita ao Legislativo contagense na última semana, ele convidou seu presidente, Daniel Carvalho (PV), e os demais vereadores da Casa a participarem do debate iniciado na cidade do sul de Minas com as Câmaras Municipais da região.

Ao ocupar a Tribuna na plenária desta terça-feira (06), Daniel Carvalho apresentou e detalhou o convite para que Contagem não só participe das discussões como lidere o movimento denominado “Operação Copasa” na Região Metropolitana de Belo Horizonte, recebendo vereadores de todas as regiões de Minas Gerais em um encontro próximo.

“O que está sendo proposto é um movimento regional e depois estadual para buscar melhorias nos serviços prestados no abastecimento de água, na coleta e tratamento de esgoto e a redução das taxas cobradas. Há um sentimento de preocupação com o meio ambiente, com as vias públicas, com a falta de contrapartida por parte da Copasa aos municípios, sejam eles assistidos pela Copasa, como em Contagem, ou pelos Serviços Autônomos de Água e Esgoto”, acrescentou.

Daniel Carvalho esclareceu que os vereadores de Itajubá e outras 50 cidades da região já se reuniram em Pouso Alegre e Três Corações e, para ampliar a base, querem promover um encontro ampliado em Belo Horizonte ou Contagem.

“A chamada Operação Copasa, em síntese, visa acordar uma prestação de serviço pelas companhias de água e esgoto a preços mais realistas, em condições mais palatáveis para os municípios, viável para todos os contribuintes”, destacou Daniel Carvalho. “Posso assegurar que se trata de um movimento apartidário, o que poderia preocupar em ano eleitoral. O movimento deverá tomar corpo e vai colaborar para a solução dos problemas”, completou.

O presidente da Câmara de Contagem lembrou-se de discussões recentes acontecidas na cidade, como as que envolveram a elevatória da Barroquinha, a discussão de empreiteiras que fazem uma recomposição asfáltica de má qualidade nas vias públicas e as redes de esgoto que não têm capacidade de absorção total do mesmo, muito aquém do necessário.

Em aparte, os vereadores Arnaldo de Oliveira (PTB) e Capitão Fontes (MDB) externaram apoio à iniciativa e lembraram que várias questões relacionadas à Copasa já foram debatidas em Contagem, muitas vezes, sem uma resposta positiva da Cia. O primeiro falou do prejuízo para as vias públicas de valas abertas por terceirizados pela Copasa, enquanto Fontes comentou a má qualidade da água na região de Vargem das Flores e os problemas da estação de tratamento de esgoto de Nova Contagem.

Investigação do MPMG

Daniel Carvalho realçou, também como justificativa para o movimento, a informação anunciada nesta terça-feira pela Rádio Itatiaia, dando conta de que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investiga se água de Belo Horizonte estaria imprópria para consumo e que a Copasa pode ter que devolver R$230 milhões em cobranças que teriam sido feitas indevidamente pelo tratamento de esgoto.

“Após quase dois anos de investigação, o Ministério Público Estadual, embasado em laudos feitos por peritos, constatou que a empresa teria cobrado pela coleta e tratamento de esgoto, enquanto realizou, de fato, em alguns casos, apenas a coleta. Além da cobrança indevida, laudos anexados no inquérito apontam que a água estaria imprópria para o consumo (fora dos padrões de segurança do Ministério da Saúde para consumo), divulga a emissora”, complementa Carvalho.

O tema deverá voltar em breve à pauta dos vereadores de Contagem para que possam dar continuidade ao processo de discussão e definir ações futuras referentes à mobilização.

* Por Fleury Rosa

Foto de Capa: Copasa/Divulgação