A reunião plenária da Câmara Municipal de Contagem desta terça-feira (22/05) foi marcada por comoção por causa da morte da servidora Ludimila Leandro Braga, secretária do gabinete do vereador Jerson Braga Maia – Caxicó (PPS), que foi assassinada no dia 16 de maio em seu local de trabalho. A vereadora Glória da Aposentadoria (PRB) utilizou a tribuna para lamentar a morte e pedir mais ações para prevenir casos de violência contra a mulher.
“Como presidente da Comissão Externa de Combate a Violência Doméstica Contra a Mulher, eu não poderia deixar de expressar a minha consternação pelo falecimento da Ludimila. Temos que coibir o feminicídio e, para isso, é fundamental conhecer suas características, para assim executar ações de prevenção, porque esse tipo de crime não pode ser ignorado. Só a luta e a mobilização de todas farão com que cada vez mais mulheres denunciem”, afirmou Glória.
Em aparte, a vereadora Silvinha Dudu (PCdoB) destacou que a legislação não tem sido suficiente para reduzir a violência contra a mulher, e citou que, só na última semana, foram noticiados cinco casos. “Essa morte tão violenta me faz pensar, até quando as mulheres vão ser reféns da violência? O ser humano perdeu o amor ao próximo e essa violência, infelizmente, acontece em diversos locais, mas o fato que aconteceu aqui na Casa nos marcou. No velório, eu pude ver a tristeza nos olhos de cada um dos vereadores e funcionários presentes e isso foi muito doloroso”, contou.
Arnaldo de Oliveira (PTB) se solidarizou com Caxicó, criticou a cultura do machismo e sua exposição na mídia, e destacou a importância da discussão iniciada por Glória, falando sobre a força da mulher. “As mulheres são 52% da população e aqui na Câmara elas são representadas por apenas duas heroínas, que lutam pela cidade. As contagenses e seus filhos agradecem, então, continuem trabalhando, Glória e Silvinha, em defesa das mulheres”. Arnaldo terminou dizendo que “se se ama, não se mata”, frase usada nos anos 80 quando casos de feminicídio aconteceram em Belo Horizonte.
Repúdio à violência contra a mulher
Em todos os pronunciamentos feitos no decorrer do grande expediente, foi enaltecida a aversão aos crimes que são cometidos contra as mulheres. O vereador Zé Antônio do Hospital Santa Helena (PT) pediu mais tolerância ao ser humano e salientou que “o amanhã não pertence a nós e sim a Deus”. Por sua vez, o vereador João Bosco New Texas (PMN) repercutiu o momento de oração que foi realizado na Casa no dia 18 de maio. Ele pediu paz na Câmara, na cidade e para todos os cidadãos de Contagem.
Alex Chiodi (SD) ressaltou que a mulher não pode ser punida simplesmente por ter nascido mulher e por não querer mais um relacionamento amoroso com alguém. Ao término da fala de Chiodi, o vereador Caxicó (PPS) pediu a palavra para agradecer o apoio recebido por todos da Câmara. “Obrigado a todos que prestaram solidariedade à Ludimila. Senti que todos fizeram por amizade e não por obrigação. Ela entrou na Câmara como estagiária e era muito elogiada por todos ao seu redor. Foi como perder uma filha para mim, então, agradeço a todos pelo apoio, à Prefeitura e também ao pai dela, o senhor Leandro”, disse.
O vereador Rogério Marreco (PCdoB) aproveitou a oportunidade para manifestar sua indignação com os usuários das redes sociais que compartilharam a imagem de Ludimila após ser assassinada. “A pessoa que vazou as fotos não teve respeito com a família dela, porque a imagem estava online pouco tempo depois do ocorrido. Foi um desrespeito total”, finalizou encerrando o debate.
* Por Xavana Horta
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