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Tribuna Livre abre espaço para a Associação dos Surdos de Contagem

23 de setembro, por lorena.carazza

Setembro é um mês significativo para as causas das pessoas com deficiência auditiva e, por isso, foi nomeado “Setembro Azul”. No dia 10, comemorou-se o Dia Mundial das Línguas de Sinais e no dia 21, o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. Além disso, o próximo dia 26 é o Dia Nacional do Surdo e, no dia 30, uma dupla celebração: o Dia Internacional do Surdo e o Dia do Tradutor/Intérprete.  

Por isso, a Câmara Municipal de Contagem recebeu na sua Tribuna Livre desta terça-feira (22/09) representantes da Associação dos Surdos de Contagem (ASC), entidade fundada em 1988 e que oferece aos seus mais de 700 filiados intérpretes de Libras, cursos, inclusão no mercado de trabalho, acessibilidade e lazer. 

Os diretores administrativos da associação, Dener Vasconcelos e Aline Ferreira, auxiliados pelos intérpretes de libras Carmem e Bruno, relataram algumas dificuldades e carências de políticas públicas voltadas para os surdos, que enfrentam ainda preconceito, o desconhecimento das suas necessidades e a falta de oportunidades.

Segundo Dener, as dificuldades da comunidade surda começam, geralmente, no hospital, no nascimento, quando o diagnóstico da surdez é anunciado à família do recém-nascido descuidadamente, gerando incompreensão e tristeza. “Não se trata de uma doença”, contesta. 

“Porém, é preciso passar a informação da melhor maneira. A identidade surda deve ser respeitada, pois os ouvintes se desenvolvem e os surdos também”, disse, explicando que o desenvolvimento da linguagem de sinais é, muitas vezes, mais satisfatória para a vida do surdo do que os próprios procedimentos cirúrgicos ou aparelhos auditivos disponíveis hoje.       

Depois, na escola, mais barreiras. Poucas instituições educacionais disponibilizam intérpretes ou se preocupam na qualificação de seu corpo docente para a comunicação eficaz com alunos surdos, criando exclusão e dificuldades para o aprendizado. 

“Quando eu era criança, tive que aprender a Língua Portuguesa e as Libras, mas os ouvintes só precisam aprender o Português”, questionou Dener, para quem a linguagem de sinais deveria ser parte do currículo escolar. Já na fase jovem e adulta, as dificuldades continuam, especialmente na colocação no mercado de trabalho. “Mas somos tão capazes quanto os ouvintes”, explica.

Ações políticas

Questionado pelo vereador Alex Chiodi (SD) sobre as políticas públicas existentes e as necessárias no município voltadas para os surdos, Dener conta que ainda há muito a ser feito e lamentou a extinção da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Mobilidade Reduzida e de Atenção ao Idoso. 

Outro grande anseio é a escola bilíngue ou, minimamente, a ampliação do ensino da linguagem de sinais nas escolas, bem como em instituições públicas e privadas, para que os surdos possam se comunicar com mais facilidade sem a imprescindível presença de um intérprete.

Por mais que a associação conte com a “Central de Libras”, por meio da qual oferece o serviço de quatro profissionais intérpretes que auxiliam os associados em tarefas diversas – em dias de semana e em horário comercial -, os deficientes auditivos encontram barreiras comunicativas cruciais, como numa eventual necessidade de atendimento médico de urgência, por exemplo.

Assim, a associação pediu que o Legislativo “volte os olhos” para as necessidades desse público, criando leis que possam melhorar a qualidade de vida dele. Como exemplo, a obrigatoriedade do ensino de Libras nas escolas, a presença de intérprete de Libras em hospitais e equipamentos públicos de Saúde e a orientação a pais e familiares desde o nascimento da criança surda, no sentido de mostrar que há amparo e possibilidades diversas.       

O vereador Arnaldo de Oliveira (PTB), que na ocasião fez uma moção de felicitações pelo Dia Nacional do Surdo e pelo trabalho ininterrupto da ASC, lembrou que esta é a hora de escolher representantes que vão priorizar as políticas públicas eficazes, se referindo ao processo eleitoral deste ano. 

Já a vereadora Glória da Aposentadoria (PSDB) destacou a necessidade da discussão e aprovação de projeto de lei que determine a presença de um intérprete de Libras para todas as reuniões plenárias da Câmara, que são transmitidas ao vivo pelas redes sociais. O presidente Daniel Carvalho, em concordância, fez o compromisso de garantir avanços em vários sentidos para que o Legislativo amplie sua comunicação com os surdos.

 

Associação dos Surdos de Contagem
(31) 99263-9286
(31) 2567-7741
(31) 2565-0782

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