ACESSO RÁPIDO
“O surdo é um estrangeiro em seu próprio país.” Com esta frase de efeito, Adriana Aguiar chamou a atenção para a necessidade de inclusão das pessoas surdas que, por terem uma deficiência “invisível”, sofrem com a falta de comunicação em todos os ambientes em que estão. “Ninguém fala a língua dele, ninguém o recebe, e ele se sente assim todos os dias: na escola, no trabalho, no supermercado…”
No dia 30 de setembro, em que se celebram o Dia Internacional do Surdo e o Dia Internacional do Intérprete de Libras, a participação de Adriana na Tribuna Livre da Câmara fechou com chave de ouro o Setembro Verde, mês de luta pela inclusão da pessoa com deficiência. Na semana anterior, as barreiras na inclusão também foram abordadas na tribuna, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Depois de fazer um breve retrospecto da história da surdez no mundo, Adriana destacou marcos importantes para a comunidade surda no País, como a criação da primeira escola especializada, em 1857; o reconhecimento da Libras como meio legal de comunicação e expressão (Lei nº 10.436/2002); o Decreto nº 5.626/2005, que determina o cumprimento da educação bilíngue (Libras e língua portuguesa, na modalidade escrita); e a Lei nº 12.319/2010, que regulamenta a profissão de tradutor e intérprete de Libras.
Além disso, Adriana apresentou números relevantes sobre a deficiência auditiva: ela acomete pelo menos 5% da população do Brasil e, na mesma proporção, da população mundial. “Em Minas Gerais, temos cerca de 1 milhão de surdos; em Belo Horizonte, 100 mil; e em Contagem, cerca de 30 mil pessoas.”
Por fim, ao analisar a disparidade da comunicação com os surdos — uma vez que, segundo Adriana, apenas 0,5% da população brasileira fala a Língua Brasileira de Sinais —, ela fez um apelo: “Não temos a pretensão de que todos se tornem intérpretes de Libras, mas que tenham mais empatia e aprendam pelo menos o mínimo para se comunicar com eles.”
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