A reunião plenária da última terça-feira (01) na Câmara Municipal de Contagem foi marcada pela lembrança dos 50 anos do golpe de 1964, que instaurou o Regime Militar no Brasil. O vice-presidente do Legislativo, vereador Zé de Souza (PT), discursou, fazendo um apanhado histórico dos “anos de chumbo” e ressaltando a importância da resistência na época para a garantia dos valores democráticos.
“É importante lembrarmos este período nefasto da história para não permitirmos novos atentados contra a democracia que, por sua vez, deve ser considerada a maior conquista popular de todos os tempos. É importante recordarmos os fatores que resultaram em um golpe de estado para não colocarmos em risco todos os direitos adquiridos nos últimos anos pela população brasileira. É importante lutarmos sempre contra toda e qualquer forma de repressão e contra todo e qualquer governo que se apresente sob uma face autoritária e antidemocrática”, destacou o parlamentar.
O vereador ressaltou que muitas pessoas e partidos políticos sofreram perseguições e sanções do Estado no período. E exaltou a participação de alguns partidos na redemocratização do país, citando especificamente a contribuição do PT, PTB, PMDB, PCdoB, PSB e PPS. “Senhores vereadores e senhoras vereadoras, não tenham dúvidas que, se estamos aqui hoje exercendo mandatos livres e representando democraticamente os cidadãos e cidadãs contagenses, é graças a tantas pessoas que fizeram a escolha certa de lutar incondicionalmente em defesa da democracia”.
Para o parlamentar, Contagem não poderia ser esquecida neste contexto. “Não poderia deixar de citar o simbolismo da nossa cidade. Cidade operária, berço da resistência, que foi palco de uma greve geral dos metalúrgicos em 68, ano em que a ditadura fazia apenas quatro anos, mas que era o momento de maior repressão”, lembrou. “Ainda assim, nossos bravos companheiros fizeram, junto com a cidade de Osasco-SP, um movimento capaz de tontear os militares e sacudir o país”, completou.
Em conclusão, reforçou que é obrigação de todos os brasileiros a defesa da democracia e a luta contra qualquer regime ditatorial. “Por isso, neste marco, no dia 1° de abril, precisamos refletir acerca do nosso papel e da nossa responsabilidade histórica com a preservação e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito vigente em nosso país desde 1988”, concluiu Zé de Souza.
Emoção
Em aparte, Arnaldo de Oliveira (PTB) e Obelino Marques (PT) contaram sua experiência pessoal na época, e lembraram os companheiros que foram torturados e mortos na luta pela liberdade individual e democracia. “Vivi e vi pessoas que viveram esse momento tão difícil da nossa história, e os reflexos repercutem até hoje, ficando um legado ruim para nossa sociedade”, ressaltou Obelino. “Fico feliz de o vereador Zé de Souza ter trazido esse assunto à pauta hoje. Fica um sentimento ruim, pois tenho muitos amigos que viveram e morreram lutando”, concluiu o petista, muito emocionado.
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