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Comissão de Saúde da Câmara cobra funcionamento pleno da maternidade de Contagem

26 de abril, por Leandro Perché

Inaugurado em maio de 2016, o Centro Materno Infantil ainda tem sua ala pediátrica fechada e prédio apresenta problemas com aquecimento de água.

Dando prosseguimento ao seu trabalho de fiscalização das unidades de Saúde de Contagem, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal esteve, nesta segunda-feira (24), no Centro Materno Infantil Juventina Paula de Jesus. A visita foi motivada principalmente por uma série de denúncias recebidas pelos vereadores, de que não haveria água quente nessa unidade hospitalar.

Os membros da Comissão – Dr. Wellington Ortopedista (PDT), Xexéu (PTB), Vinícius Faria (PCdoB) e Jair Tropical (PCdoB) – acompanhados do vereador Daniel do Irineu (PP), se reuniram com a gestora do Centro Materno Infantil, Cristiane Rosalina de Oliveira, para entender a situação da unidade, e percorreram os corredores da maternidade e do Hospital Municipal.

Além do problema de aquecimento de água, que foi confirmado na visita, e da dificuldade de abastecimento de medicamentos, os vereadores relataram que o mais preocupante é que o terceiro andar da maternidade continua fechado, mantendo inativos mais de 60 leitos que poderiam estar atendendo as crianças do município. Está previsto que essa ala receberá enfermaria pediátrica, unidade de cuidados intensivos (UCI) pediátrica e neonatal e UTI neonatal, mas ainda não há previsão de quando começará a funcionar.

A maternidade faz uma média de 280 partos por mês, sendo procurada por muitas mães de outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Mas, sem o terceiro andar funcionando, os neonatos que precisam de mais cuidados precisam ser encaminhados para o Hospital Municipal. Além disso, duas das quatro salas do bloco cirúrgico, localizadas no primeiro andar, estão fechadas por falta de aparelhos, inviabilizando o atendimento de mais gestantes.

Problemas e ações

Cristiane de Oliveira falou das dificuldades que encontrou na gestão do Centro Materno Infantil, desde que assumiu em janeiro deste ano, e as ações realizadas desde então. Entre as principais questões, contou dos problemas estruturais do prédio – incluindo o grande vazamento de água que ocorreu nas primeiras semanas de 2017, e as dificuldades na parte elétrica, nas instalações de ar condicionado e de oxigênio e na montagem das salas de UTI -, falou dos problemas no contrato de manutenção e na contratação de recursos humanos.

Em relação ao sistema de aquecimento, a gestora relatou que a água vinha chegando “apenas morna ou quase fria” ao primeiro e ao quarto andar da unidade – onde se localizam o centro obstétrico e a internação –, mas que o problema não havia sido plenamente percebido por causa do clima quente do início do ano. De forma paliativa, a administração havia tentado instalar chuveiros nas enfermarias, mas o sistema elétrico não comportaria a carga e, por isso, apenas quatro aparelhos foram instalados, para uso coletivo.

Cristiane explicou que a empresa que trata da manutenção do prédio está mexendo do gerador desde a última semana, e a expectativa é que, nos próximos dias, seja sanado esse problema de aquecimento de água em todos os andares do Centro Materno Infantil.

Sobre a inatividade do terceiro andar, Cristiane ressaltou que a gestão anterior inaugurou o prédio sem as devidas condições de funcionamento, o que obrigou a atual administração a fazer uma série de intervenções para que a ala pediátrica possa ser aberta e atender à demanda de forma plena. “A inauguração foi feita de forma precoce”, disse a gestora. “A informação que tínhamos é que precisávamos apenas limpar, para começar a funcionar, mas observamos que faltava instalar coisas básicas”, completou.

Ela pontuou que, neste ano, houve instalação de telas de proteção nas janelas; e que está sendo realizada a readequação do sistema ar condicionado, porque a estrutura tinha níveis de ruído acima do permitido para o local e havia vazamento de água no andar. Além disso, a equipe está providenciando o redimensionamento do espaço físico, para atender às exigências da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e da vigilância sanitária.

Outra dificuldade relatada para a abertura dessa ala seria questões de recursos humanos. Segundo a gestora, quando a nova administração assumiu, não estavam contratados técnicos de enfermagem, entre outros profissionais, suficientes para atendimento da demanda da maternidade. “Haviam profissionais cadastrados, mas com a validade do credenciamento vencida. Então, solicitamos e foi aberto novo registro, e esse pessoal que está chegando ainda tem que passar pelo nosso treinamento. Isso tem um impacto”.

Cristiane de Oliveira reafirmou a urgência em se abrir novas vagas na maternidade, considerando que os 14 leitos de CTI, seis de UCI e quatro do “canguru” estão lotados, “inviabilizando a chegada de novos partos”. Ela falou ainda sobre os medicamentos, destacando que assumiu a gestão com a falta de 50 itens e problemas contratuais com fornecedores, mas tem melhorado a situação, com empréstimos, trocas de insumos com outras unidades e compras emergenciais, “sem afetar o fornecimento de medicação a mães e bebês”.

Cobranças

Os vereadores da Comissão de Saúde da Câmara saíram da reunião convencidos da necessidade de uma cobrança mais forte para que os problemas da maternidade sejam sanados pela administração municipal. Seu relator, Vinícius Faria, por exemplo, classificou como inadmissível o fato de um problema de recursos humanos inviabilizar a abertura de uma ala do hospital.

O presidente da Comissão, Dr. Wellington Ortopedista, por sua vez, ressaltou que solicitará informações detalhadas da unidade e que marcará uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde nos próximos dias, para discutir soluções para os problemas do Centro Materno Infantil e para cobrar um prazo para que seu terceiro andar seja ativado e passe a funcionar de forma plena.

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