Dentre as muitas medidas de prevenção ao novo coronavírus, a suspensão das atividades presenciais para as crianças e adolescentes (de 0 a 17 anos e 11 meses), idosos e pessoas com comorbidades em Organizações da Sociedade Civil – OSCs faz parte da determinação do Decreto Municipal 1645/2020.
Pensando no bem estar dessas pessoas e na continuidade das ações propostas pelas entidades, o presidente da Câmara de Contagem, vereador Daniel Carvalho (PL), solicitou a liberação de atividades remotas, por meio de plataformas digitais, para todos os inscritos. Nesta terça-feira (09/06), ele apresentou um requerimento – aprovado e assinado por todos os vereadores – pedindo ao Executivo a adequação do documento permitindo que os projetos sociais realizem dinâmicas online contemplando o grupo excluído.
Segundo o parlamentar, é inquestionável a necessidade da paralisação de algumas práticas no intuito de preservar vidas e combater o avanço da Covid-19 no município, porém, “assim como outras atividades, é possível que as OSCs voltem a prestar os serviços atendendo à população utilizando ferramentas gratuitas disponibilizadas pela internet”.
O vereador ressaltou que foi procurado por várias instituições em busca de apoio para solucionar esse problema a exemplo das escolas que estão aderindo às aulas remotas. “Isso é exclusão. As OSCs também podem atuar no formato digital, garantir atendimento ao cidadão e, ainda, exercer o trabalho proposto”.
OSCs
As OSCs são organizações privadas sem fins lucrativos que prestam serviços com finalidade social. Grande parte dessas instituições desenvolve suas atividades de acordo com seu público. Entretanto, para cumprir o decreto e continuar atendendo é preciso uma reestruturação no perfil das OSCs.
“As entidades vivem única e exclusivamente para promover ações conforme seu plano de trabalho. Ou seja, os profissionais estão aptos para exercer funções e desenvolver atividades para categorias específicas, como por exemplo, o público infantil. E, por causa do decreto, elas precisam mudar seu plano de trabalho, para atender outra classe”, explicou Carvalho.
A mudança traz impactos na vida de quem está ficando de fora dos atendimentos e, consequentemente, para as instituições. “Essa nova determinação compromete algumas categorias que não estão sendo atendidas presencialmente e nem de forma remota, como as crianças e os idosos”, completou o presidente.
Além disso, Carvalho destacou que as OSCs precisam comprovar a realização das suas atividades, cumprindo as metas estabelecidas pelo regulamento e garantir o pagamento de seus funcionários e demais compromissos. “As pessoas precisam do atendimento, as organizações querem oferecer esses serviços, e seus profissionais capacitados estão há disposição e precisando trabalhar”, acrescentou.
Apoio
Capitão Fontes foi o primeiro a externar seu apoio, destacando a necessidade de se oferecer uma alternativa para aqueles que estão impossibilitados de sair de casa devido à pandemia. “Em Nova Contagem, temos muitas crianças, jovens e idosos que participam de projetos com atividades como balé, futebol, judô, artes, hidroginástica; e, com a pandemia, se sentiram excluídos por terem sido obrigados a se afastar dessas atividades, fazendo crescer a ociosidade e os conflitos dentro de casa. A partir de aulas por vídeo, podemos incluir, promovendo a socialização, o lazer, a cultura, a saúde, ajudando as famílias”.
Nesse sentido, os vereadores Bruno Barreiro (PV), Daniel do Irineu (PP), José Carlos (Avante), Pastor Itamar (PSC), Silvinha Dudu (PV), Glória da Aposentadoria (PSDB), Arnaldo de Oliveira (PTB) e Alex Chiodi (SD) ressaltaram a importância das atividades oferecidas pelas OSCs para a saúde física e mental, principalmente dos idosos.
“Os idosos foram os mais afetados pelas medidas contra pandemia, por estarem no grupo de risco e precisarem ficar em casa. Por isso, é necessário buscar alternativas para que eles, que estão há meses sem atividades, tenham um suporte psicológico, uma orientação para exercícios e apoio social, para lidarem com esse ‘novo normal'”, pontuou Daniel do Irineu. “Quando a pessoa chega à melhor idade, acima dos 60, uma das coisas essenciais para se manter bem física e psicologicamente, é ter uma vida ativa”, completou Itamar.
“Essas ações são importantes para combater a depressão na terceira idade, daqueles que estão reclusos dentro de casa, sem contato com os netos e sem a atenção da família”, completou José Carlos, que, junto com Itamar, defendeu o retorno de algumas atividades presenciais para os idosos, como fisioterapia, respeitando medidas como distanciamento, o uso de máscara e álcool em gel.
Teteco (MDB), Dr. Rubens Campos (PSB), Xexéu (Cidadania) e Caxicó (PPS) também externaram seu apoio ao requerimento e pediram para assinar o documento a ser encaminhado para a Prefeitura de Contagem.
Por fim, Rogério Marreco (PCdoB) lembrou das dificuldades que os pais têm encontrado em manter as crianças dentro de casa, e ressaltou que as atividades online podem ajudá-los nessa tarefa, assim como o retorno de algumas ações presenciais.
“As atividades remotas são essenciais para os idosos, neste momento de angústia, de medo e isolamento, mas podem ser utilizadas também na questão lúdica, de aprendizado e reforço escolar para as crianças, enquanto não temos previsão de retorno das aulas”, concluiu Chiodi.
* Por Natália Rosa e Leandro Perché
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