O Brasil está entre os dez primeiros países do mundo em mortes causadas por acidentes de trânsito e registra uma média anual de 30 mil óbitos resultantes deste motivo. Ou seja, cerca de 80 pessoas morrem, por dia, vítimas de acidentes que, em até 90% das vezes, poderiam ter sido evitados, de acordo com dados do Portal do Trânsito.
A educadora Marlene Rosa é mais uma mãe que perdeu um filho para a imprudência no trânsito, e resolveu transformar sua dor em ação, para que, como ela afirma, cada vez menos mães tenham que lamentar a ausência de seus filhos. Em sua participação na Tribuna Livre da Câmara nesta terça-feira (10/08), ela apresentou sua proposta para mudar esta situação.
Marlene trabalha na rede estadual de ensino em Contagem, e também na rede particular. Desde que perdeu sua filha, Camilla Mohana, em 2019, vítima de uma colisão de um carro cujo motorista estava alcoolizado e em alta velocidade, ela trabalha num projeto de inclusão da educação para o trânsito nas escolas.
“Como educadora, acredito na educação. Não posso voltar e mudar a história, mas, pensando no futuro, hoje venho pedir o apoio de vocês, porque através da educação e da formação da consciência cidadã poderemos fazer um trânsito mais seguro”, disse Marlene.
Para ela, o atual modelo de formação para o trânsito, que hoje contempla apenas um curso rápido que antecede o exame para a obtenção da CNH, não é suficiente para formar um motorista consciente.
Projeto de Lei tramita na Casa
Um projeto de lei foi protocolado em junho pelo vereador Carlin Moura (PDT), e se encontra na Procuradoria da Casa, aguardando parecer para ser distribuído para a análise das comissões e, em seguida, passar pela aprovação dos vereadores, em plenário.
Inspirado no projeto de Marlene, o PL 105/2021 institui na cidade de Contagem a Política Municipal de Fomento à Educação para o Trânsito e Pilotagem com Segurança e também cria a “Semana Municipal de Trânsito Camilla Mohana”.
A ideia é propor que a educação para o trânsito seja abordada desde os anos iniciais da Educação Básica no município, tanto na rede pública quanto privada, incluindo na grade curricular, optativamente, uma disciplina específica direcionada à formação de futuros motoristas.
Já a “Semana Municipal de Trânsito Camilla Mohana”, segundo o projeto, deverá acontecer anualmente entre os dias 18 e 25 de setembro, concomitantemente com a Semana Nacional de Trânsito”, desenvolvendo temáticas relacionadas ao lema “Educar para o Trânsito: Viva e Deixe Viver”.
Carlin Moura parabenizou Marlene, destacando sua força e sua vocação educadora que transformaram a dor em um “instrumento pedagógico de transformação”. Finalizando, ele pediu, de antemão, o apoio dos parlamentares na rápida aprovação do projeto de lei. “Quem sabe, em setembro, já poderemos celebrar a primeira semana Camilla Mohana na cidade”, disse.
Aristeu Silva Neto, diretor da Escola Estadual Governador Israel Pinheiro, onde Marlene trabalha, também deu seu depoimento. Ele, que acompanhou toda a luta da educadora na época da morte de Camilla, reforçou a importância do projeto. “Leis para punir nós já temos muitas, mas falta investir mesmo em prevenção”, reivindicou.
O vereador Zé Antônio do Hospital (PT) e o presidente da Câmara, Alex Chiodi (Solidariedade), também se manifestaram favoráveis ao projeto proposto por Marlene e Carlin. “Tenho certeza de que terá o apoio de todos os vereadores”, finalizou Chiodi.
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