Mais uma vez, os servidores da Saúde de Contagem estiveram presentes em peso na reunião da Câmara Municipal, para reivindicar melhores condições de trabalho e valorização. Nesta semana, no entanto, o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Contagem (Sind-Saúde) teve representantes na tribuna livre, que falaram sobre as condições de trabalho e apresentaram a pauta de reivindicações da categoria.
A primeira a discursar foi a diretora do Sind-Saúde, Maria de Fátima de Oliveira, que externou sua revolta em relação ao descaso do poder público para com a categoria. “Passamos por greves em todo o Brasil, não apenas na Saúde e na Educação, pois investiram milhões na Copa do Mundo e esqueceram que o País não é feito só de futebol, mas de trabalhadores que precisam ser valorizados”, destacou a servidora, reclamando também do tratamento dispensado pela Prefeitura à categoria.
Em relação a Contagem, Fátima ressaltou, principalmente, a urgência em melhorar as condições de trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS) e dos agentes de combate às endemias (ACE). “O piso salarial dos ACE e ACS foi para R$ 1.040 em janeiro, o que está muito abaixo ainda do piso nacional. Eles não têm uniforme para trabalhar e estão andando pelas ruas quase como mendigos, com roupas rasgadas, e sem protetor solar, que era EPI (equipamento de proteção individual), mas foi cortado”, disse a sindicalista. “Esse trabalhador está todos os dias na casa de cada um de nós, e precisa ser valorizado”.
Maria de Fátima e sua companheira de tribuna, Cássia Simone da Silva, também representante dos servidores da Saúde, reclamaram também da falta de estrutura e segurança nas unidades de saúde. A primeira contou um episódio em que servidoras presenciaram um assassinato brutal e não tiveram apoio psicológico, e a segunda falou da falta de material. “Está faltando o básico do básico nas unidades de urgência e está tudo sucateado”, denunciou Cássia Simone.
Esta servidora aproveitou o espaço para pedir apoio dos vereadores para que algumas reivindicações sejam atendidas. “Queremos 25 dias úteis de férias, o que não causará dano algum ao usuário ou impacto financeiro. Meu pedido a este Legislativo também é que seja mudada a lei, para que seja incorporado um abono de R$ 50 ao salário. O secretário já demonstrou empenho em resolver essas questões e, para isso, precisamos apenas do apoio do Legislativo”, afirmou, pedindo também a redução da jornada dos servidores administrativos da Saúde para 30 horas semanais.
Esforços da Câmara
Dois vereadores membros da Comissão de Saúde da Câmara pediram a palavra para externar seu apoio à causa dos servidores e para reafirmar os esforços do Legislativo nesse sentido.
O presidente da Comissão, vereador Zé Antônio do Hosp. Sta. Helena (PT), destacou que conhece bem a situação da categoria e que se sensibiliza com a causa. “Em Contagem, sabemos do déficit de funcionários, que temos o pior salário da RMBH, e que os trabalhadores têm as piores condições de trabalho. Uma pessoa que cuida do ser humano, como o profissional da enfermagem, não pode ganhar apenas R$ 750, que é o que ganho trabalhando no hospital. Podem ter certeza que estamos juntos nessa luta”.
Alex Chiodi (SDD), que é relator dessa Comissão e presidente da Comissão de Educação, destacou as ações da Câmara por melhores condições de trabalho para as duas categorias. “Semana passada, entramos com uma indicação pedindo ao prefeito que encaminhe o projeto das 30 horas para a Saúde, até porque foi compromisso de campanha. E entramos hoje com um projeto pedindo que implante a extensão da licença maternidade para seis meses para as ACE e ACS”, disse o vereador. “Estamos acompanhando atentamente também a questão da Educação, conversando com o Ministério Público, sindicatos e secretarias para por fim a esta greve”, concluiu.
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