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Câmara cobra questões urgentes da Saúde

4 de fevereiro, por lorena.carazza

Nesta quarta-feira (03/02), o secretário de Saúde, Fabrício Simões, e sua equipe estiveram na Câmara para uma reunião com os vereadores. Os principais assuntos discutidos foram o enfrentamento à Covid-19, a prestação de serviços do Instituto de Gestão e Humanização (IGH) e a interrupção dos atendimentos no Centro de Especialidades Iria Diniz. 

A falta de informações e de comunicação com a Secretaria de Saúde também foi bastante mencionada pelos parlamentares e, em virtude das constantes reclamações, o presidente da Câmara, Alex Chiodi (Solidariedade), intermediou o encontro.

Vacinação

O enfrentamento à Covid-19 foi tratado por vários parlamentares. O vereador Hugo Vilaça (Avante) questionou sobre a vacinação na cidade, mais precisamente se está sendo reservada a segunda dose para quem já recebeu a primeira e se há previsão de um novo decreto com novas regras de funcionamento para o comércio. 

O vereador Abne Motta (DC), além de também perguntar sobre os decretos, quis saber a fundamentação e os estudos que embasam a elaboração dos protocolos que têm sido estabelecidos no município.  

Sobre os decretos, Fabrício disse que são feitos após profundas análises dos principais indicadores: Velocidade de Transmissão do Vírus (RT), Capacidade de Leitos de UTI e Capacidade de Leitos de Enfermaria. “O RT precisa ficar abaixo de um. Quando assumimos, estava em 1,19 e hoje está em torno de 0,94, o que nos sinaliza que o Programa Pacto Pela Vida tem dado certo. Mas há um monitoramento constante, por isso, os protocolos são alterados”, explicou o secretário, completando que na próxima segunda-feira haverá uma reunião que definirá a elaboração ou não de novos decretos. 

Em relação à vacinação, Simões disse que, até então, só foram repassadas pelo Estado as primeiras doses da vacina e que há um controle bastante rígido para que não haja desvios nem perdas, o que nem sempre é possível. “Soubemos de um erro de transporte de uma rede privada de Contagem que ocasionou perda de vacina. Ainda estamos verificando essa situação”, relatou. 

Aproveitando a informação, o vereador Carlin Moura (PDT) sugeriu que a Secretaria de Saúde pressione a rede privada para disponibilização de leitos de UTI para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em tratamento de coronavírus e, como outros parlamentares, indignou-se com a perda das vacinas.

“Tudo em torno da vacinação é complexo. Recebemos do Estado as primeiras doses, que só tivemos acesso à quantidade um dia antes do início da vacinação, e estamos recebendo mais à ‘conta gotas’. Não é fácil administrar, há tipos de vacinas diferentes, exige-se cadastro e controle bem rígidos”, explicou o secretário. 

Por causa desses controles, o procedimento de vacinação leva, em média, 30 minutos para cada atendimento, segundo Fabrício. Mesmo assim, o secretário disse que até o final da semana, Contagem deve dobrar o número de pessoas vacinadas, que até ontem somavam 2.881 contagenses: “Convocamos mais 16 profissionais de enfermagem para acelerar esse processo”.

Ainda sobre a Covid-19, grande parte dos parlamentares denunciou o tratamento direcionado aos pacientes internados por causa do coronavírus, bem como a seus familiares, por parte das UPAs e hospitais. Daniel Carvalho (PL), que já havia feito uma declaração na reunião plenária da terça-feira (02/02), reiterou sua reivindicação: “As famílias não estão recebendo notícias sobre os pacientes internados. Um conhecido perdeu o pai e se questiona se ele pode ter morrido achando que foi abandonado pela família”. 

O secretário de Saúde reconheceu a falha nesses atendimentos e disse que pretende trabalhar uma política de acolhimento e comunicação nas UPAs e hospitais da cidade. Alex Chiodi sugeriu que cada UPA tenha uma pessoa de referência para estreitar o relacionamento e facilitar o repasse de informações tanto ao Legislativo, quanto à população.

IGH

Além de questões sobre a pandemia, os vereadores Zé Antonio do Hospital Santa Helena (PT), Denilson da JUC (PSL) e Ronaldo Babão (Cidadania) falaram sobre a cobrança da população e a necessidade de se estabelecer um canal efetivo de comunicação com a Secretaria de Saúde, para que eles possam dar o retorno que as pessoas esperam. “Somos nós que estamos em contato direto com o cidadão”, pontuou Zé Antônio, que mencionou, ainda, “o problema grave relacionado à IGH, como falta de pagamentos a médicos e  fornecedores e falta de insumos”.

Outros parlamentares também levantaram o tema da prestação de serviços feita pela IGH. José Carlos Gomes (Avante) falou das diversas denúncias encaminhadas pela Comissão Externa de Saúde da Câmara. Já Daniel Carvalho sugeriu que fossem analisadas as cláusulas contratuais para verificar se o não repasse de pagamentos a médicos e fornecedores poderia acarretar quebra de contrato. 

Sobre esse questionamento, o secretário garantiu que o Executivo cumpre corretamente o contrato com a IGH, que as denúncias estão em fase avançada de investigação e que o contrato vem sendo analisado: “Mudamos a comissão de acompanhamento aos serviços prestados pela IGH e estamos apurando todas as informações, rastreando os relatórios, e vamos trazer soluções o quanto antes”.

Iria Diniz

A vereadora Moara Saboia (PT) abordou o remanejamento de procedimentos realizados no Centro de Especialidades Iria Diniz, tema também levantado por outros parlamentares. 

Fabrício Simões disse que em seu primeiro dia de trabalho presenciou a demolição do prédio em que estava instalado o Iria Diniz: “De lá pra cá, temos corrido contra o tempo para realocar os procedimentos. Temos visitado locais e feito estudos para implementação de um novo centro”. 

Hugo Vilaça sugeriu que o prédio que já sediou o Fórum, na região da Sede, seja analisado como um possível complexo de saúde. A mesma sugestão foi dada pelo vereador Daniel do Irineu (PP), que destacou ter sido encaminhado pelo deputado estadual Professor Irineu (PSL), à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, um projeto de lei para doação desse imóvel (que hoje pertence ao Estado) ao município de Contagem. De acordo com o secretário, todas essas alternativas têm sido estudadas pelo Executivo.

Outras reivindicações

Arnaldo de Oliveira (PTB) solicitou atenção especial aos portadores de deficiências. “Gostaria de sugerir e até reivindicar que sejam implementadas práticas de saúde, como fisioterapia e afins, para portadores de deficiências”, disse, lembrando-se do próprio espaço da Escola Municipal Antônio Carlos Lemos, que atende pessoas com deficiências e onde podem ser realizados também atendimentos de saúde.  

Já o vereador José Carlos Gomes questionou a não realização de alguns exames como a angioplastia nos hospitais da cidade, e pediu que fosse apurada a denúncia da existência de um aparelho que poderia ser utilizado para esses fins, mas que estaria parado. Também pediu atenção aos idosos e alternativas de socialização para combater a depressão advinda do isolamento imposto pela pandemia. 

Por fim, o secretário de Saúde se comprometeu a analisar e responder todas as reivindicações e, principalmente, melhorar a comunicação com o Legislativo. 

Segundo Chiodi, a reunião foi importante para estreitar a relação do Legislativo com a Secretaria de Saúde, especialmente nesse momento de pandemia. “Nós estamos aqui para cobrar, mas nosso desejo também é nos tornar parceiros e propor alternativas para auxiliar as ações da pasta”, disse.

 

*Por Érica Lima

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