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Entre pilares e corredores, pulsa o trabalho de quem serve à cidade

28 de outubro de 2025, por Lorena Carazza

Um prédio com fachada de seis pilares, dois andares acima e dois subsolos. Uma ampliação nos fundos, erguida sobre o antigo estacionamento de vereadores e servidores. Plenário, cantina, refeitório, copa, banheiros e dois elevadores que alguns ainda evitam — especialmente aqueles que já passaram “aperto” com paradas inesperadas. Essas são algumas das características do edifício conhecido como Palácio 1º de Janeiro, localizado na Praça São Gonçalo, nº 18, no Centro de Contagem.

Ele seria apenas mais um prédio entre tantos na cidade, não fossem as pessoas que dão vida aos seus corredores — servidores e servidoras que transformam o Palácio 1º de Janeiro em mais do que um endereço: fazem dele um espaço vivo, diverso e essencial ao funcionamento da cidade, a Câmara Municipal de Contagem.

Neste 28 de outubro, data em que se celebra o Dia do Servidor Público, a Câmara presta homenagem, em nome de seus servidores mais antigos ainda em atividade — Maria Bernadete Macedo Diniz (admitida em 14/10/1981), José Geraldo Ferreira (01/09/1987), Ana Luisa Poeta Roenick (15/12/1993), Maria Auxiliadora de Faria, a Dôra, do gabinete do vereador Gegê Marreco (31/12/1993), e Milton Soares (05/10/1994) — a todos aqueles que, com dedicação e compromisso, fazem do Legislativo e da democracia uma realidade em nosso município.

São eles que mantêm o trabalho em movimento mesmo quando as luzes do plenário se apagam, que cuidam dos detalhes, dos processos e das pessoas. Em cada ofício redigido, ligação atendida ou relatório revisado, há um gesto silencioso de compromisso com o bem coletivo.

Ser servidor público é mais do que exercer uma função: é escolher, todos os dias, trabalhar por algo maior que si mesmo. Na Câmara, cada servidor e cada servidora integram um propósito comum — o de servir à cidade com dedicação, zelo e humanidade. A eles, o reconhecimento e a gratidão por sustentarem, com trabalho e amor, a estrutura que mantém viva a democracia municipal.

O Setor de Comunicação da Câmara, em uma breve conversa com Ana Luisa e Maria Auxiliadora (Dôra), resgatou parte de suas trajetórias e histórias construídas ao longo dos anos nesta Casa Legislativa.

Confira as entrevistas a seguir:

Ana Luisa Poeta Roenick

Ana trabalha atualmente na Presidência da Casa e fará, em dezembro, 32 anos de trabalho ininterrupto na Câmara. Ela ingressou por meio de concurso público, em 1993, para o extinto cargo de “Assistente de Imprensa”.  

Ana, desde a sua contratação, por onde você passou? 

Ana Luisa: Passei por vários setores: fotografia, redação, comunicação, imprensa, voltei pra redação e depois vim aqui para a presidência, em 2013. Em 1996, o ex-vereador José Nunes me chamou para começar a trabalhar na redação e foi aí que eu comecei essa função de redação e revisão de textos. Quando vim para a Presidência, então, já vim com toda essa carga e experiência, a convite do Teteco, quando ele foi presidente.  

E, para você, o que significa estar aqui há tanto tempo? 

Ana Luisa: Eu adoro isso aqui, adoro a Câmara, dá até vontade de chorar. Porque é uma história, uma vida, tantas amizades…Eu sempre gostei muito do meu trabalho; eu me lembro que, antigamente, a gente era muito amigo. Vereadores, funcionários… era como uma família. Não é como hoje, que tem tanta gente, tantos departamentos. A gente conhecia todo mundo, foi uma época muito boa.

Conta pra gente alguma lembrança engraçada ou inusitada.

Ana Luisa: Ah, já teve tanta coisa engraçada. Numa reunião plenária, o ex-vereador Ramon veio de chinelo de dedo e, no meio da reunião, ele “roubou” o sapato do vereador Edgard Guedes, que acabou tendo que usar o chinelo (risos). Eu nunca me esqueci disso. Um dia também, na reunião, eu levei um pacote de biscoitos e cada hora vinha um vereador pegar. Quando eu vi, tava todo mundo atrás da minha mesa comendo biscoito (risos). Era tudo muito diferente, hoje a Câmara está, assim, mais formal.

Você gostaria de deixar uma mensagem para os colegas?

Ana Luisa: Eu desejo, de coração, que todo mundo se agarre à sua função, ao seu trabalho, porque a Câmara é uma mãe, assim eu considero. Tem sido maravilhoso trabalhar aqui todos esses anos e desejo que todos tenham o mesmo gosto pelo trabalho que eu sempre tive e tenho. Já tem um ano e meio que eu posso me aposentar, mas eu não quero… daqui uns cinco anos, talvez, ou até mais, vai depender de como eu estiver (risos). Atualmente, não me vejo sem vir pra Câmara de jeito nenhum. Entrei aqui com 23 anos, né? Isso faz parte da minha vida!

Maria Auxiliadora de Faria

A “Dôra”, do gabinete do vereador Gegê Marreco, tem uma trajetória na Câmara que chama a atenção: ela também completará 32 anos de Câmara em dezembro, mas sempre em cargos comissionados de gabinete. Uma “estabilidade” garantida com muito trabalho, humildade e, claro, carisma.

Dôra, qual foi sua trajetória aqui na Câmara de 1993 até hoje?

Dôra: Eu comecei com o ex-vereador Aloisio José e fiquei três mandatos com ele. Então, ele decidiu não se candidatar mais e me indicou para o Rodinei, mas ele só ficou seis meses. Passou um mês e a Maria Lúcia Guedes me chamou e, com ela, fiquei dois mandatos. O Marreco (ex-vereador) sempre ia no gabinete dela, e a gente ficava lá batendo papo e, quando ele ganhou a eleição e a Maria Lúcia perdeu, eu fui trabalhar com ele. Com Marreco, então, eu fiquei três mandatos e, agora, estou no segundo mandato do Gegê, filho dele. Então, foi assim… um passando pro outro, foram me indicando. Eu tenho uma convivência maravilhosa com todo mundo, me dou bem com todo mundo, sou querida aqui, graças a Deus. Em fevereiro, vou completar 70 anos de vida e eu falo com o Gegê: “no dia que você quiser me mandar embora, pode mandar! Se achar que eu não tô dando mais conta, pode falar”. (risos)

E para você, como é estar aqui todo esse tempo?

Dôra: Eu amo trabalhar aqui, me sinto muito bem aqui na Casa. Minha vida foi praticamente toda na Câmara! Me sinto honrada, realizei muitas coisas fruto do meu trabalho aqui: criei meus filhos, fizeram faculdade, conquistei minha moradia própria. Claro, tem hora que é difícil, mas tudo é superável e vira aprendizado. 

Me lembro que a reunião plenária começava às quatro da tarde, e a gente ficava, às vezes, até dez horas da noite aqui, tinha até janta. Trabalhávamos muito, mas era muito bom, e aqui parecia uma família. E os atendimentos eram bem diferentes, era gratificante poder ajudar as pessoas com óculos, material de construção, máquina de aterro e desaterro… era permitido esse tipo de doação, na época, e as pessoas ficavam muito agradecidas. Eu conseguia até benefício do LOAS para os idosos. Conheci uma moça que trabalhava na previdência e ela me instruiu como fazer, o passo a passo… consegui pra muita gente. Eu não tenho nada a reclamar de nenhum dos gabinetes que passei e não me vejo saindo da Câmara ainda não. 

Conta uma história interessante que aconteceu com você na Câmara.

Dôra: Quando eu trabalhei com o Aloisio, aqui não tinha computadores, né? (risos). Até que com a máquina de escrever a gente já estava acostumado, mas chegaram as máquinas elétricas, a novidade do momento… elas tinham mais recursos, e a Câmara teve que pagar um curso pra gente poder aprender a mexer (risos). A menina que ficava na recepção do gabinete não deu conta de aprender e eu acabei ficando na recepção. Daí, eu pedi pra fazer uma janelinha na divisória entre a recepção e a sala do vereador, pra eu poder escutar o que ele ia pedir. Naquela época, era comum vereador fazer carta de indicação para emprego, quase sempre dava certo… Eu já deixava os envelopes escritos, preenchia só o nome à mão… pela janelinha eu já passava a ficha pra ele e depois, antes dele pedir, eu já entregava a cartinha pela janela. Eu ficava atenta, foi bom ter pedido a janelinha (risos).  

Você gostaria de deixar uma mensagem para os funcionários da Câmara? 

Dôra: No trabalho, às vezes, acontecem coisas que podem entristecer a gente, mas isso faz parte do nosso e de qualquer trabalho. Em outros dias, acontecem coisas boas também! O importante é que tudo pode servir como aprendizado. E sempre temos algo a aprender; às vezes os jovens olham pra gente, assim, mais velho, e acha que a gente não tá com nada, né? (risos) Mas são mais de 30 anos aqui, e todo mundo tem alguma coisa pra ensinar! 

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