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Vereadores criticam processo eleitoral para conselheiros tutelares de Contagem

7 de outubro, por Leandro Perché

O processo eleitoral para a escolha dos novos conselheiros tutelares de Contagem, realizado no último domingo (04), foi tema de debate acalorado na reunião plenária desta terça-feira (06) na Câmara Municipal de Contagem. De acordo com a Prefeitura de Contagem, a eleição teve número recorde de candidatos – 139, concorrendo às 30 vagas disponíveis – e de eleitores, cerca de 22 mil votando em 57 escolas municipais.

O vereador Obelino Marques (PT) foi o primeiro a discorrer sobre o assunto, fazendo críticas sobre o que ele classificou como falta de organização do processo. “Estou constrangido com os fatos que ocorreram nessa eleição”, resumiu. O parlamentar citou problemas como o processo de votação manual no papel, o que favoreceria erros e fraudes; o atraso da chegada das urnas nos locais de votação, prejudicando alguns candidatos; assessores de vereador atuando como mesário e fiscal; e urnas anuladas.

Obelino acredita que faltou transparência na eleição.
Obelino Marques acredita que faltou transparência no processo eleitoral.

“Eu sugiro que aqueles que foram prejudicados entrem na justiça para anular essa eleição, porque entramos no processo com certa mácula. Viemos o tempo todo lutando para que o procedimento seja transparente, e não foi. Temos muitos relatos de que houve interferência na lisura do processo”, acrescentou Obelino.

Em aparte, a vereadora Isabella Filaretti (PTB) indicou que o número de urnas foi insuficiente para os eleitores, o que gerou muitas filas nos locais de votação e grande tempo de espera. Ela classificou o processo como democrático, não concordando com sua anulação, mas defendeu a apuração das falhas, para correção nos próximos.

William Barreiro (PTdoB) foi duro nas críticas, classificando a eleição como “um processo tumultuado, um retrocesso para a democracia e um desrespeito para com o eleitorado e para com crianças e adolescentes”. O vereador denunciou, ainda, que muitas pessoas teriam votado mais de uma vez nessa eleição. Em seguida, Beto Diniz (PCdoB) também criticou a organização, incluindo a anulação de cerca de 200 votos – o que poderia alterar o resultado da eleição – e defendeu a anulação do processo.

Por sua vez, Fredim Carneiro (PSDB) parabenizou os candidatos eleitos e se colocou à disposição para apurar quaisquer irregularidades, inclusive sugerindo a realização de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal.

Defesa

15-10-06 - Plenária - Foto Leandro Perché (40)
Para Arnaldo de Oliveira, as falhas não foram determinantes nessas eleições.

O líder de governo na Câmara, vereador Arnaldo de Oliveira (PTB), pediu a palavra para fazer o contraponto. Ele destacou o crescimento do interesse popular, e a importância da exigência de curso superior para os candidatos, aprovada recentemente pela Câmara.

Sobre as dificuldades na organização do processo, Arnaldo ressaltou que a Prefeitura de Contagem procurou auxílio do TRE-MG, o que não foi possível. E lembrou que o promotor de justiça da Promotoria de Defesa da Infância e da Juventude, Manoel Andrade, acompanhou toda a eleição e apuração, reduzindo as chances de fraudes.

“É muito sério o que foi colocado aqui, e as denúncias devem ser provadas. Reconhecemos que houve alguns problemas, mas também temos que admitir que teve muita coisa correta. Enxergo essas eleições de forma muito positiva, e acho que a cidade ganha com esse processo”, destacou o líder de governo.

Ivayr Soalheiro (PDT) concordou com Arnaldo, lembrando que todo processo eleitoral tem problemas, e destacando a participação popular e do Ministério Público. No mesmo tom, Alex Chiodi discordou do vereador Obelino quanto à necessidade de anulação do processo, defendendo que o maior problema foi terem subestimado a expectativa de público eleitor, gerando filas e demora na votação.

“Muitos desistiram de votar, inclusive eu, por causa do tempo de espera. Do ponto de vista de irregularidades, tem que ser apurado a fundo antes de qualquer pedido de anulação, pois o processo vem sendo construído há três meses, com os candidatos passando por um rigoroso processo de seleção, para serem apreciados nas urnas. Os promotores também acompanharam todo o processo, e isso deve ser considerado”, disse Chiodi, acrescentando que várias cidades tiveram problemas mais graves.

O vereador Zé de Souza (PT) afirmou ter observado falhas, como grandes filas e a possibilidade de votar mais de uma vez, mas que não justificam o cancelamento do processo, que ele classificou como positivo. “Tivemos ganhos, como a rigidez no processo de escolha, a maior participação popular, a unificação das eleições em nível nacional, e a valorização do conselheiro tutelar e da política da criança e adolescente. Então, temos que trabalhar para corrigir as falhas nos próximos”, concluiu o petista.

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