Mais uma vez, a reunião plenária da Câmara Municipal de Contagem foi marcada por manifestações dos servidores públicos municipais da Saúde e da Educação de Contagem. As categorias estão paralisadas há cerca de duas semanas e 40 dias, respectivamente, lutando por melhores condições salariais e de trabalho.
Durante a reunião, alguns vereadores pediram a palavra para criticar o governo municipal e externar apoio à causa dos servidores. Fredim Carneiro (PSDB) foi o primeiro a se pronunciar, o fazendo durante a votação de um projeto de lei do Executivo que trata da desafetação e alienação de alguns imóveis públicos.
“Existem coisas mais importantes do que colocar um projeto desse em pauta, para vender os terrenos da cidade. O prefeito deveria se preocupar, já que estamos na semana do trabalhador, em acabar com a greve da Educação e da Saúde, atendendo esses servidores. O que vemos é eles serem recebidos na prefeitura no cassetete e no gás”, disse Fredim, se referindo ao incidente da última semana. “Os secretários deveriam reunir-se com esses servidores e resolver a questão”, completou.
William Barreiro (PSB) e Paulo Prado (PV) também criticaram a postura da administração municipal em relação à ocupação de servidores no prédio da Prefeitura. Na ocasião, segundo relatos dos servidores, a Guarda Municipal e a Polícia Militar teriam usado cassetetes e spray de pimenta contra os manifestantes acampados no hall da sede do Executivo, além de não terem permitido a entrada de alimentos para esses servidores.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Rodinei Ferreira (PSD), pediu a palavra após a apreciação da pauta, para reforçar a necessidade de acompanhamento dos vereadores, no sentido de apurar os excessos que teriam sido cometidos pela Prefeitura no tratamento para com os servidores em greve.
“Tenho acompanhado de perto as manifestações e os gestos do governo contra os trabalhadores desta cidade, e venho falar da minha indignação. Não precisamos repetir o tratamento que eles tiveram na prefeitura, de forma truculenta e injusta, além da forma descontrolada e desrespeitosa como trataram esses trabalhadores na Missa do Trabalhador. Por isso, além das comissões de Saúde e Educação da Casa, peço que a Comissão de Direitos Humanos acompanhe esse pessoal”, solicitou Rodinei.
O vereador ressaltou ainda que é necessário cobrar das secretarias municipais de Saúde e Educação mais diálogo com os servidores, já que apenas a secretaria de Administração tem se envolvido nas negociações. Diante disso, Alex Chiodi (SD) propôs uma reunião entre servidores e vereadores após a plenária, para que fosse esclarecida a pauta de reivindicações, para uma ação mais efetiva do Legislativo.
Interlocução da Câmara
Em reunião com os vereadores, representantes do Sind-Ute e do Sind-Saúde – sindicatos das categorias – reafirmaram o tratamento truculento de que teriam sido vítimas na última semana no prédio da Prefeitura, reclamaram da falta de diálogo em relação à sua pauta de reivindicação e pediram apoio do Legislativo nas negociações.
De acordo com os sindicalistas, a pauta da Educação é composta de mais de 30 itens, que vão desde valorização da categoria à melhoria de infraestrutura nas escolas, mas as negociações viriam se arrastando desde 2014. Além disso, a categoria pede o não corte do ponto dos grevistas e estaria disposta a reduzir sua pedida de reajuste, baseada em um estudo encomendado pelos sindicatos; mas a Prefeitura teria oferecido reajuste apenas a partir do próximo ano e aponta para o corte de ponto.
Os servidores da Saúde também questionaram a falta de diálogo do governo, que não teria apresentado uma contraproposta à sua reivindicação salarial. Além disso, reclamaram das más condições de trabalho e de atendimento nas unidades de saúde, incluindo denúncia de perda de vacinas devido à falta de estrutura de armazenamento.
Diante dessas questões, os vereadores se colocaram à disposição para intermediar as negociações, não se atendo apenas às comissões da Casa. Uma reunião dos representantes dos servidores com a secretaria de Saúde foi marcada para a próxima sexta-feira (06), e o presidente da Comissão de Educação da Câmara, vereador Jair Tropical (PCdoB), ficou de marcar com a secretaria de Educação. Os parlamentares também se comprometeram a debater com os servidores e sindicatos o projeto relacionado à sua carreira, assim que o receberem da Prefeitura de Contagem.
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