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ASC e Câmara de Contagem destacam Dia Nacional dos Surdos

28 de setembro, por Leandro Perché

Esta semana é especial para a comunidade surda brasileira. Na segunda-feira – dia 26 de setembro – foi celebrado o Dia Nacional dos Surdos, data que reforça a conscientização da sociedade sobre a necessidade de ações e políticas de inclusão e da luta pela garantia dos direitos das pessoas com deficiência auditiva. Na sexta-feira – 30 de setembro – temos o Dia Internacional do Surdo e o Dia Internacional do Tradutor Intérprete de Línguas de Sinais.

Para marcar essas datas, a Câmara de Contagem recebeu, em sua tribuna livre nesta terça-feira (27/09), os membros da Associação dos Surdos de Contagem (ASC), Dener Vasconcelos e Larissa Miranda. Eles falaram das dificuldades encontradas pelos surdos, exemplificando com suas experiências pessoais; da luta da Associação e das ações do poder público de Contagem.

O presidente da Câmara, vereador Alex Chiodi, lembrou que “a Casa é pioneira em implantar a tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas transmissões ao vivo de todas as reuniões do Legislativo, além de ter oferecido curso básico de Libras para seus servidores, com o objetivo de receber melhor esse público, facilitar a comunicação, incluí-lo e atendê-lo de forma mais adequada, e envolvê-lo nos processos políticos da nossa cidade”.

Com auxílio da intérprete de Libras Carmem Chaves – que participa semanalmente das plenárias – Dener Vasconcelos agradeceu a Câmara pela parceria – nas figuras de Alex Chiodi e da coordenadora da Escola do Legislativo, Eliane Oliveira – além da prefeita Marília Campos.

História e histórias

Dener contou que a história da comunidade surda brasileira teve seu marco em 1857, com a fundação da primeira escola de surdos no país, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro. “É uma instituição que até hoje está em luta pelos direitos da comunidade surda. A partir de sua fundação, iniciou-se o processo de reconhecimento da comunidade surda, com sua linguagem e questões sociais”, destacou. Outro ponto importante lembrado foi a Lei Federal 10.436/2002, que reconheceu a Libras como meio legal de expressão e comunicação, dando visibilidade nacional à pauta.

Em relação às histórias pessoais, Dener e Larissa ressaltaram que apenas se sentiram completos como indivíduos e inclusos na sociedade quando encontraram a comunidade surda e a Associação dos Surdos de Contagem.

“Em 15 anos da minha história de vida, minha família tentou de tudo para se comunicar comigo, mas não conseguiu, porque eu era o único surdo. Só depois, com a comunidade surda, eu senti que tinha uma linguagem, que eu tinha voz. A partir daí, consegui me desenvolver enquanto pessoa e cidadão. Quando entrei em associações, adquiri conhecimento e me envolvi com outras pessoas com as mesmas necessidades”, explicou Dener.

Larissa contou que nasceu em Diamantina e teve muito apoio da família. No entanto, passou por quatro cidades e escolas diferentes, o que foi “desesperador” e uma preocupação muito grande para a família. “Até que falei para a minha mãe que queria ser a pessoa que sou e que estava cansada dessas barreiras. Então, mudamos para Contagem, e vi que tinha vários surdos e uma associação. A partir daí, minha história mudou rapidamente e tive meu desenvolvimento – sou formada, coordenadora, vice-presidente da ASC, conselheira municipal da juventude e da pessoa com deficiência”, resumiu.

Com esses exemplos, Dener demonstrou a necessidade de se valorizar as associações, no sentido de promover a interação social e o desenvolvimento dos surdos. Pontuou, ainda, a urgência de se disseminar a Língua Brasileira de Sinais para facilitar a comunicação e garantir a inclusão dessas pessoas na sociedade e a igualdade de oportunidades.

“O nosso município tem que estar aberto a esse reconhecimento, precisa ver essa pessoa surda como alguém que precisa de apoio na comunicação; que o poder público perceba que estamos aqui como cidadãos, para mostrar e lutar por mais diretrizes políticas que garantam os nossos direitos na sociedade. Agradeço o apoio que a prefeita Marília Campos e a Câmara têm nos dado, mas precisamos continuar lutando por mais cidadania”, ressaltou.

Novas ações e políticas

O membro da Associação dos Surdos de Contagem aproveitou a oportunidade para entregar ao presidente da Câmara um ofício solicitando a realização, pelo Legislativo, de uma audiência pública, com a participação dos vereadores e de todos os órgãos relacionados aos direitos das pessoas com deficiência, para debater e desenvolver políticas públicas voltadas para a comunidade surda.

Em resposta, Alex Chiodi colocou a Casa à disposição, e anunciou que, naquela mesma plenária, havia acabado de apresentar, junto com o vereador Léo da Academia, “um projeto de lei que reconhece a Libras como linguagem oficial de Contagem, criando mais condições para que os surdos possam, cada vez mais, serem entendidos e atendidos adequadamente no poder público”.

Os vereadores Carlin Moura e Arnaldo de Oliveira pediram a palavra para felicitar a comunidade surda, enaltecer o trabalho da ASC e destacar a importância do poder público nesse contexto. “Contagem tem dado um bom exemplo com essa parceria das associações e do poder público. Precisamos que ações e políticas de inclusão, como a tradução das plenárias para a Libras, sejam valorizadas e ampliadas, pela garantia de direitos”, destacou o primeiro.

“Esta data é importante para a reflexão e o debate dos direitos e da luta das pessoas surdas. Em Contagem, estamos satisfeitos com a representação e trajetória da ASC. Inicialmente, se encontravam nos passeios da av. João César, sem estrutura, mas nunca desistiram. Construíram a sede própria na década de 90, tiveram uma fase de baixa, mas agora, com esses jovens, se reergueram e fazem, em parceria com a Prefeitura, um trabalho brilhante com a Central de Libras, oferecendo cursos e oportunidades de convivência. E a Câmara também tem sido importante nesse trabalho”, concluiu Arnaldo.

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