Ainda não foi desta vez que o veto à proibição de animais em circos e rodeios foi apreciado pela Câmara Municipal de Contagem. Aprovado por unanimidade no Legislativo no último mês de outubro, o Projeto de Lei 074/2013, de autoria do vereador Daniel Carvalho (PV), foi vetado pela Prefeitura de Contagem no final de 2015 e, pela terceira vez desde então, a votação do veto pelos vereadores foi adiada.
Em pauta nesta terça-feira (12), o veto ao projeto atraiu novamente para as galerias da Câmara numeroso grupo de defesa dos animais, que, desta vez, teve como contraponto vários defensores dos rodeios no Município. E ambos os grupos se manifestaram e tiveram espaço na tribuna para defender seu ponto de vista.
Opiniões divergentes
Elton Fernando Severino falou em nome dos defensores de rodeios. Ele argumentou que a prática é regulamentada como esporte, é uma manifestação cultural do Brasil, e possui um conjunto de regras e exigência de cuidados para com os animais participantes, além de ter grande importância econômica. Destacou, ainda, que peões e criadores são profissionais regulamentados e que são contra os maus-tratos.
Por sua vez, Eric Machado, que é fiscal de Meio Ambiente em Contagem e coordenador da ONG Proteger – de defesa dos animais –, rebateu as justificativas do prefeito para o veto e dos defensores dos rodeios. Ele ressaltou que a argumentação econômica acaba por favorecer a degradação ambiental e os maus-tratos, e que muitas manifestações consideradas culturais no passado são reprováveis nos dias de hoje. Eric destacou a necessidade de mudança de mentalidade, para a preservação ambiental e em defesa da vida, e questionou a utilidade de atividades como o rodeio.
Entre os vereadores, também houve embate entre as posições contra e a favor da utilização de animais em rodeios. Zé Antônio do Hospital Sta. Helena (PT) defendeu o veto do prefeito e a prática dos rodeios em Contagem. O vereador afirmou que os crimes de maus-tratos contra os animais já são cobertos por leis federais, e que os rodeios não poderiam ser extintos, por serem da cultura ruralista. “Somos todos contra os maus-tratos, mas temos que defender nossa cultura rural, incluindo o rodeio”, disse.
Daniel Carvalho externou alegria em ver a Câmara tomada para a discussão da causa ambiental; e explicou que seu projeto não afeta as cavalgadas, tão tradicionais em Contagem, mas que a exploração animal não deve ser considerada como manifestação cultural. Desta forma, defendeu a derrubada imediata do veto da Prefeitura, para que a utilização de animais em rodeios e circos seja proibida. Fredim Carneiro (PSDB) também se pronunciou reforçando essa posição.
Pedido de vista
Após as manifestações, o presidente da Câmara, vereador Gil Antônio Diniz – Teteco (PMDB), anunciou que, diante do impasse, o vereador Rogério Marreco (PCdoB) apresentou um pedido de vista, interrompendo a tramitação do veto por 72 horas, e ficando a expectativa de votação para a próxima semana. E a reunião foi encerrada sem a votação dos outros itens da pauta do dia.
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