Com o objetivo de ajudar a preparar as escolas de Contagem para o possível retorno das aulas presenciais, a Comissão de Educação da Câmara iniciou, nesta quinta-feira (17/06), uma série de visitas às unidades municipais de ensino. Os vereadores Pastor Itamar (PSC), Abne Motta (DC) e Carlin Moura (PDT) estiveram na Escola Municipal Ápio Cardoso, em Nova Contagem.
Os parlamentares percorreram todas as dependências da instituição e conversaram com a direção e outros profissionais, para tomarem conhecimento das medidas adotadas e das necessidades da unidade para o retorno seguro e gradual dos estudantes. A partir das análises, será desenvolvido um relatório individual de cada escola, para que a Secretaria Municipal de Educação possa ter subsídios para planejar a volta das aulas presenciais.
“Foi muito importante essa visita técnica, para que pudéssemos conhecer a estrutura da escola, sua realidade – incluindo o quadro de professores e funcionários – e saber a opinião da direção da unidade, para podermos avaliar suas condições e chegar a um consenso sobre aquilo que ela precisa para o retorno das aulas presenciais”, disse o presidente da Comissão, Pastor Itamar.
Para a diretora da Ápio Cardoso, Shirlei Ferreira, “é de extrema importância a visita da Comissão, porque não adianta discutirmos apenas no âmbito da escola, mas devemos criar uma rede de debate para conhecer a realidade das escolas, apontar suas necessidades e definir os planos para a Educação”.
Condições da escola
A Escola Municipal Ápio Cardoso atende 950 alunos, divididos em 38 turmas, em dois turnos. Atualmente, conta com 65 professores, mas haveria um déficit de oito profissionais de educação – três de matemática, três de ciências, um de história e um pedagogo – além de três servidores administrativos.
A diretoria informou que a escola apresenta problemas estruturais, com afundamento das edificações, que geraram a interdição de algumas salas de aula. Apesar de estarem em fase final as obras de reformas das salas, haveria necessidade de intervenções mais profundas na estrutura.
Em relação à pandemia, a diretora Shirlei e as vice-diretoras, Diva Carvalho e Selma Moreira, apontaram que “a Ápio Cardoso foi a primeira escola a realizar atividades no período, recorrendo a grupo privado no Facebook, onde são publicadas as atividades e vídeos dos professores; há também atendimento personalizado por e-mail e telefone, e material impresso de apoio, que as famílias buscam na escola”. A direção e o corpo administrativo seguem presencialmente, e já tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
A opção por essa metodologia, segundo elas, se deu por causa da dificuldade em se realizar videoaulas ao vivo, “por resistência dos pais em expor seus filhos e residências, e pelo fato de a escola estar localizada próxima à penitenciária Nelson Hungria, que utiliza bloqueadores de sinais e dificulta a rede de internet na região”.
Sobre o retorno das aulas presenciais, as profissionais de educação apontaram “grandes dificuldades da escola em cumprir o protocolo de segurança sanitário proposto pela Secretaria”, além da necessidade de se realizar as obras estruturais antes de receber os estudantes. Elas destacaram que a edificação também precisa de adaptações relacionadas à pandemia, e sugeriram que o segundo semestre de 2021 fosse utilizado para planejamento e treinamento da comunidade escolar para a volta no próximo ano.
“O retorno híbrido hoje em uma escola como a nossa é muito preocupante, porque, com seis alunos por turma, teríamos 170 a 180 pessoas por dia na escola, fora os pais. Além disso, o déficit de professores vai se agravar por causa das comorbidades e grupos de risco, e precisaremos de reposição. O ideal para um retorno seguro é que tenhamos não apenas os profissionais vacinados, mas também as crianças e adolescentes”, concluiu Shirlei Ferreira.
Debates
Desde o final do ano passado, a Comissão de Educação da Câmara tem se dedicado a fomentar a discussão sobre os protocolos e condições ideais para o retorno das aulas presenciais em Contagem.
Além de reuniões com as secretarias de Saúde e Educação, com o Comitê Municipal de Crise da Covid-19 e representantes da comunidade escolar, os vereadores abriram espaço, na tribuna livre da Câmara, por duas vezes, para a manifestação do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep) e do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute).
“É preciso discutir com todos os envolvidos, para a construção dessa volta às aulas com segurança. Levando em conta que a pandemia pode demorar a passar e que a vacinação ainda não chegou a todos, precisamos buscar concluir a imunização dos profissionais de educação, mas também desenvolver protocolos e buscar alternativas seguras”, concluiu Pastor Itamar.
* Fotos: Cleide Amaral.
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