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Protetores pedem retorno das castrações e mais políticas de defesa animal

17 de setembro, por Leandro Perché

As castrações de animais em Contagem foram interrompidas durante a pandemia, desde março no ano passado, pelo fato de alguns insumos e recursos serem concentrados para o enfrentamento da Covid-19 no município. Com a estabilização dos números do coronavírus, há alguns meses, os protetores de animais vêm cobrando o retorno dos atendimentos da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura de Contagem.

Nesta semana, a Câmara Municipal ampliou a voz desse grupo, recebendo, na Tribuna Livre, a protetora Marilene José da Silva, também conhecida como Leninha. Ela apresentou um vídeo sobre a grande população de animais de rua na cidade, falou das dificuldades do trabalho voluntário, e cobrou mais apoio do poder público para a causa.

“Contagem é o terceiro município de maior arrecadação em Minas e, no entanto, ainda vivemos um atraso gigante em relação à causa animal. Belo Horizonte tem seis centros de castrações; Betim castrou mais de sete mil animais neste ano; e, mesmo com esses números, ainda há problemas de abandono. Portanto, imaginem o que estamos vivendo em Contagem, com as esterilizações suspensas há mais de um ano”, desabafou a protetora.

Marlene Silva enalteceu o esforço da Câmara neste ano, com a criação da Comissão Especial de Defesa do Direito Animal e Zoonoses, com a realização de audiência pública sobre o tema, e com a aprovação de vários projetos de lei como: o que institui o Abril Laranja, campanha de combate à violência contra os animais, de autoria de Daniel Carvalho (PL); e aquele que trata do “Disque Denúncia de Violência contra os Animais”, proposto por Carlin Moura (PDT). Citou também emendas parlamentares intermediadas pelos vereadores.

“Essas são vitórias que temos conquistado desde o início do ano, pois mostra que esta Casa abraçou a causa animal. Mas ainda precisamos avançar. Um projeto do ano passado, por exemplo, criou o Combea – Conselho Municipal do Bem-Estar dos Animais – que é muito importante para nós, mas ele não foi composto e não há um fundo de apoio”, cobrou Marilene.

Algumas reivindicações foram apresentadas: um censo para saber quantos são os animais de rua; leis e políticas que tratem a saúde animal sem dissociar da saúde humana; responsabilização do poder público pelo acolhimento, tutela e saúde dos animais, incluindo ações de controle populacional de cães e gatos; planejamento no controle de doenças, como esporotricose, leishmaniose, maculosa e raiva; e mais respeito pelos protetores voluntários.

“Como encaminhamento para os poderes Executivo e Legislativo, pedimos o retorno imediato das castrações; nova audiência pública sobre o tema; criação de um fundo orçamentário para a causa animal; prestação de contas das emendas recebidas pela Zoonoses em 2020 e 2021; a composição do Combea; mais campanhas contra o abandono de animais; além de mais centros de castrações”, concluiu Leninha.

Apoio da Câmara

O presidente da Câmara, vereador Alex Chiodi (Solidariedade), reafirmou o compromisso do Legislativo com a causa animal. “Uma das primeiras ações da nossa gestão foi criar a Comissão Especial de Defesa do Direito Animal e Zoonoses, que tem feito muitas visitas técnicas, reuniões e apresentado projetos, num trabalho incansável para que possamos, cada vez mais, ter uma cidade que respeite os direitos e cuide dos nossos animais”, destacou o parlamentar, enaltecendo também o “grande trabalho anônimo dos protetores”.

Os vereadores Bruno Barreiro (PV), Zé Antônio (PT), Gegê Marreco (PTB), Carlin Moura (PDT), Ronaldo Babão (Cidadania) e Daniel Carvalho (PL) reconheceram a luta dos protetores, reafirmaram seu apoio – inclusive com ações parlamentares -, e a necessidade de políticas públicas de defesa animal.

Barreiro e Carvalho lembraram de emendas que direcionaram nos últimos anos para as ações de castração. O petista e o petebista cobraram punição mais severa para os maus-tratos e o abandono, além de campanhas de conscientização. Carlin falou do trabalho da Comissão, e cobrou retorno das castrações, manutenção do castramóvel, esclarecimentos sobre os recursos, e a execução do Combea. Babão pediu o funcionamento efetivo desse conselho.

Em resposta, a líder de governo, Moara Saboia (PT), pontuou que as castrações e outras ações estão sendo retomadas. “De acordo com a Zoonoses, nesta semana, as cuidadoras seriam procuradas, pois as clínicas estão sendo credenciadas, e as castrações devem ser reiniciadas já nos próximos dias. No último mês, foram castrados apenas 40 animais, e a meta é que sejam 400 no próximo mês. Claro que as outras questões devem ser cobradas, mas já estamos avançando”, explicou a vereadora.

Além disso, Moara destacou que “as doenças têm sido acompanhadas pela Zoonoses e pelos distritos regionais, não tendo sido registrada nenhuma ocorrência grave em humanos”. Por fim, apresentou requerimento pela realização de um censo animal, para melhor planejar as castrações e outras políticas de proteção; e prometeu agendar reunião das voluntárias com a prefeita Marília Campos (PT) e com a coordenação da Zoonoses.

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